domingo, 23 de setembro de 2018

QUALIFICAÇÃO NA GESTÃO EMANUEL PINHEIRO FAZ A DIFERENÇA - Atendimento humanizado e sem discriminação é tema de capacitação de servidores da Atenção Básica

Começaram, neste mês, as aulas das primeiras turmas do programa de capacitação para o acolhimento às diversidades de gênero, sexual e etnicorracial que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está promovendo para os servidores da Atenção Básica. Até o fim do ano cerca de mil funcionários, entre agentes comunitários de saúde, agentes operacionais, vigilantes e recepcionistas terão recebido a capacitação.
O psicólogo Gabriel Henrique Pereira de Figueiredo, responsável técnico pela capacitação no segmento das diversidades de gênero e sexual, revela que a decisão de proporcionar essa capacitação surgiu de uma demanda do Ministério Público que solicitou à Secretaria uma qualificação dos profissionais para o atendimento da população LGBT. “Recebemos um documento do Ministério Público cobrando a iniciativa da SMS de qualificar os profissionais para o atendimento da população LGBT. No planejamento da Atenção Básica já estava prevista a capacitação relacionada ao racismo institucional. Unindo essas duas demandas, pensamos em fazer uma capacitação que qualificasse para a humanização nos serviços de pequena complexidade, pensando nessas duas frentes de trabalho: que trata da diversidade de gênero sexual e para acolhimento das diversidades etnicorraciais, trabalhando com a temática do racismo institucional”, revelou.
Durante as capacitações, são trabalhados quatro pontos principais: conceito de gênero e sexualidade, preconceito, a homofobia enquanto superação possível e os modelos de assistência à população LGBT, onde é trabalhada a questão do nome social, como reconhecer as identidades de gênero, como fazer uma abordagem humanizada e como a forma de abordagem do profissional pode ser um fator de proteção ou um fator de risco para a adesão a um tratamento para a permanência nos serviços de saúde.  “A ideia é preparar o profissional para fazer o acolhimento e o atendimento e assistência à população LGBT”, esclareceu Gabriel.
A capacitação contra o racismo institucional nas unidades básicas de saúde está sendo realizada pela responsável técnica da Saúde da População Negra, Cleidimar Nunes de Almeida. A metodologia aplicada por ela é roda de conversa, onde aborda temas como a origem do racismo, a diferença entre raça e cor, e a compreensão do quesito cor para o planejamento das ações em saúde. “Nosso objetivo com este trabalho é promover a facilitação da empatia e respeito à diversidade, melhorar a comunicação das equipes com os usuários e, principalmente, elevar o nível de satisfação dos usuários no acolhimento deles”, comentou.
Cleidimar conta com a participação da arte educadora Bia Correa, que trata do assunto do racismo por meio do teatro. Desenvolvemos este trabalho porque existem algumas situações específicas da população negra e que muitas vezes não tomamos conhecimento. Vamos dar um suporte para estes profissionais para que eles possam abordar e entender como precisam ser feitos esses encaminhamentos e a abordagem desse público. Muitas vezes acontece de perdermos o usuário devido à qualidade da abordagem na unidade de saúde. Já tivemos muitas reclamações”, contou Bia.
O trabalho de capacitação será realizado até dezembro. Cada turma terá 8 horas de aula, divididas em 2 dias. Serão ao todo 24 turmas.

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