quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Mourão diz que o Brasil poderá adotar 'pequenas sanções' contra a Venezuela



ourão diz que Brasil pode adotar 'pequenas sanções' contra Venezuela

Vice-presidente ressaltou que Brasil não participaria de uma ação direta na Venezuela. Nesta quinta, Parlamento Europeu reconheceu Juan Guaidó como presidente do país sul-americano.

Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília

Mourão diz que Brasil pode adotar 'pequenas sanções' contra Venezuela


O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira (31) que o Brasil poderá adotar “pequenas sanções” contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, mas sem participar de uma eventual ação direta no país sul-americano.


Mourão deu a declaração durante entrevista ao deixar o gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto. O vice tem comentado diariamente a situação da Venezuela, onde opositores do regime bolivariano reivindicam a renúncia de Maduro e o reconhecimento do líder oposicionista Juan Guiadó, que comanda a Assembleia Nacional, como presidente para convocar novas eleições.


O Brasil está entre os países que não reconhece o novo mandato presidencial de Maduro e considera Guaidó como presidente interino da Venezuela – nesta quinta o Parlamento Europeu reconheceu o líder opositor como presidente e pediu para que os países da União Europeia façam o mesmo.


Mourão citou a possibilidade de adotar sanções contra a Venezuela ao ser perguntado sobre qual seria o “limite” do Brasil para lidar com o impasse vivido pelo país vizinho. O vice citou que a “visão” do Brasil é de não interferir diretamente em “questões internas” de outras nações.


“O Brasil é aquela história: nós temos a nossa visão que a gente não intervém nas questões internas de outros países. Nós podemos adotar essas pequenas sanções, mas nós não vamos cruzar uma linha que, aliás, a gente sabe como é que começa, mas não sabe como é que termina”, disse a jornalistas.


O presidente americano, Donald Trump, afirmou anteriormente que usaria "todo o peso do poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para pressionar pela restauração da democracia venezuelana". Segundo o jornal “O Globo”, os EUA consideram "todas as opções" se Maduro usar a força na Venezuela.


Segundo Mourão, general da reserva do Exército, “está chegando” o momento em que as Forças Armadas da Venezuela entenderão que o país não poderá “continuar da forma como está”. Assim, os militares terão de oferecer uma “saída” para Maduro e seu grupo.



“A questão venezuelana só será resolvida a partir do momento em que as Forças Armadas venezuelanas se derem conta que não dá para continuar da forma como está”, disse.


“Eu acho que está chegando [o momento], porque as pressões são cada vez maiores, o país está fechado em si mesmo Nós militares, em todos os lugares do mundo, a gente entende que tem um limite até aonde a gente pode ir. Eu acho que eles estão entendendo que chegaram nesse limite”, completou.


Mourão ainda foi questionado sobre sua opinião referente a um eventual bloqueio de bens no Brasil de integrantes do governo de Maduro.


Mourão disse que o “bloqueio de bens é uma solução que pode ser aventada”. O vice ponderou que não dispõe de informações sobre dinheiro de venezuelanos depositados em bancos públicos no Brasil.

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